Inaugurada na última terça-feira, a exposição “Artes e Artesanato em Petrópolis”, aberta à visitação pela Prefeitura, surpreende quem visita a Galeria Djanira, no Centro de Cultura Raul de Leoni. Primeiro, pela reunião de muitos fatores positivos: a beleza das peças, a criatividade, a variedade das técnicas empregadas e os bons preços. Segundo, pelo segredo que a mostra guarda, revelado apenas na descrição das peças: o reaproveitamento ou sobras de materiais.
Uma prova de que o “lixo” pode ser transformado em peças sofisticadas, virando obras de arte ou objetos prontos para brilharem em qualquer loja de decoração.
Visconde de Mauá, 305, no Centro Histórico. O telefone é 2233-1200.
É possível obter mais informações no Disque Turismo, pelo 0800 024 15 16.
“O conceito desta exposição é incentivar a preservação da natureza, a responsabilidade socioambiental e a reflexão sobre o desenvolvimento sustentável”, declara o idealizador, professor Carlos Monteiro, presidente da Associação para o Desenvolvimento Sustentável Participativo (Adesp).
Há quadros pintados a óleo, cenários miniaturizados reproduzidos em madeira, com riqueza de detalhes, camisetas estampadas, bolsas em tecido, luminárias em diferentes materiais e estilos, bonecas, porta-plantas, massageadores em madeira, cestos de papel para home office, utensílios de mesa e cozinha (como bandejas, porta-talheres, porta-vinho, jogos americanos, etc.), tapetes ecológicos, com sobras de malhas trançadas, e até uma poltrona confortável e cheia de estilo, feita com sobras de espuma e acrilon, dentre outras novidades. Os materiais empregados vão do barbante a folhas de jornal e de revista, passando por garrafas pet (ocultas na estrutura de bonecos ou na fibra das camisetas), retalhos de tecido, sobras de madeira, recortes de bobinas usadas em material para costura etc.
“É um artesanato diferente de tudo o que estamos acostumados a ver por aí”, diz a presidente da Associação dos Artistas Plásticos de Petrópolis (A.A.P.P.), Letícia Belém. “Aqui se vê uma diversificação grande, coisas muito bonitas”.
A arte que todos podem ter
Se ninguém desconfia que a bandeja estampada de flores, brilhante, resistente e impermeável, surgiu do reaproveitamento de embalagem de isopor usada em alimentos industrializados e de várias camadas de páginas de revistas, coladas e recobertas com resina, é porque por trás da técnica (papietagem) está o talento de uma artista: Cristina Palma, que trocou há 15 anos a pintura de telas pela imersão no artesanato, por ser um trabalho mais rentável e igualmente realizador. “O importante é trabalhar com a criatividade. Eu tenho de estar sempre criando uma coisa diferente, e conto com um leque bem amplo de técnicas desenvolvidas. Tenho várias linhas de trabalho como esta, em que utilizo papéis e elementos da natureza (folhas de bananeira, coco, casca de árvores, folhas secas)”, relata.
Outro trabalho que chama a atenção é o do artista plástico e marceneiro Ivan Klin, que já fez três exposições individuais em Petrópolis e uma em Oklahoma (EUA). Sua produção vai de quadros pintados a óleo sobre tecido, com molduras artisticamente detalhadas, confeccionadas de sobras de MDF, às miniaturas de cenários domésticos ou rurais, feitos em madeira, uma arte que está desaparecendo, segundo o autor . “Não há mais quem retrate a vida do campo”, afirma, mostrando a cena miniaturizada de uma casa de fazenda. Entalhador e escultor desde os 12 anos de idade, pinta há 20 anos, dá aulas individuais (de mestre para discípulo) e vende seus trabalhos para todo o Brasil.
Os preços das peças da exposição vão de R$ 15 a R$ 450 (valor da poltrona), com grande parte dos produtos custando entre R$ 20 e R$ 70 reais. Quem quiser pode agendar a visita. A mostra estará aberta até o dia 28 de fevereiro e pode ser visitada de terça-feira a sábado, das 13h às 18h, e aos domingos, das 13h às 17h. O Centro de Cultura Raul de Leoni fica na Praça
Fonte: ASCOM PMP
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