A mostra encerra o ano em escola municipal da região
e ficará disponível ao público durante 15 dias
Montada com material de dois
anos de pesquisa, feita pela Faculdade Arthur Sá Earp Neto (FMP/Fase), a
exposição itinerante “280 Dias: gravidez e adolescência” tem o objetivo de
percorrer as comunidades de Petrópolis capacitando os jovens atendidos pelos
CRAS (Centros de Referência de Assistência Social e Cidadania) das regiões,
para que atuem como monitores, propagando o conhecimento sobre o tema.
“A monitoria é uma
oportunidade para esses jovens, pois viram formadores de opinião em suas
comunidades, multiplicando essas informações em seus círculos de convivência.
Dessa forma, a própria comunidade passa a vê-los com outro olhar”, explica
Ricardo Tammela, coordenador de Projetos e Extensão da FMP/Fase.
Desde outubro deste ano, a
mostra já percorreu os bairros Madame Machado, Vale do Carangola, Corrêas e, em
dezembro, permanecerá até o dia 17 na Escola Municipal Stefan Zweig, em
Quitandinha, graças a uma parceria da FMP/Fase com a Prefeitura de Petrópolis,
que identificou os bairros da cidade com maior incidência de gravidez entre
jovens para receber a mostra. A exposição itinerante também contou com o apoio
do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA).
“Nós temos muitas escolas no
entorno, por isso eu espero que a exposição seja um sucesso e acho que 2015
será um ano em que conseguiremos atingir ainda mais comunidades”, disse
Fernanda Ferreira, secretária do Trabalho, Assistência Social e Cidadania.
Um estudo divulgado pelo
Ministério da Saúde apontou que, desde o ano 2000, o Brasil não consegue
reduzir o número de gestantes com menos de 15 anos e que, juntas, essas jovens
somam 82 nascimentos todos os dias no país. Uma realidade vivida por Eliane
Sandra Fontes, diretora da escola, que possui hoje duas alunas grávidas, de 15
e 13 anos. “A gente tem que sensibilizar, abraçar o jovem. O que atrapalha é
parar os estudos. Que perspectiva essa criança vai ter?”, desabafa.
A exposição itinerante conta
com o auxílio de 11 estudantes extensionistas, dos cursos de Enfermagem e
Medicina da FMP/Fase. “Eu acho que falta informação dentro de casa e educação
sexual nas escolas. O intuito dessa exposição é chocar, porque a partir do
choque a gente reflete sobre os problemas e tenta achar uma solução”, diz Gabriela
de Carvalho, aluna do 3º ano de Medicina.
A faculdade já capacitou 22
jovens atendidos pelos CRAS, para orientação aos visitantes. “Essa capacitação
que fiz com a faculdade mudou muito a minha vida, porque até uns meses atrás eu
estava sem fazer nada”, revela William Silva Viana, de 16 anos.
No dia 18 de dezembro, a FMP/Fase realizará a
formatura dos monitores, quando receberão os certificados de participação e entregarão
os diários de campo, encerrando as atividades deste ano.
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